Em Abandonâncias trabalho dois objetos em comum abandonados no espaço urbano não percebidos e que perdem sua principal função – a de proteger: o Muro e o guarda-chuva. Ambos estão historicamente ligados à proteção: o guarda-chuva inicialmente possuía atributos sagrados ligados aos deuses e os muros exerciam sua função primordial de proteger fronteiras.

Percebo a urbe e estes dois objetos a partir do ‘caminhar’ utilizando o corpo como agente de interação com as diversas camadas do espaço urbano. A experiência urbana resultante da relação corpo-cidade está ‘inscrita no próprio corpo daquele que a experimenta.’(Berenstein, 2008,182). O trabalho revela-se, desta forma, como processo onde é imprescindível a vivência do artista.

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A ação Abandonâncias acontece em três momentos: Ensaio, ATO1 E ATO2. No primeiro aproximo os ex-guarda-chuvas, recolhidos em prévias caminhadas, ao Muro. No segundo momento o real abandono é vivenciado e traduzido em vídeo. No terceiro momento compartilho com o grupo a possibilidade do abandono coletivo junto à área interna do Muro.

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                                                                                        Deni Corsino, 2016